Reconhecido como o mês de prevenção ao suicídio, o mês de setembro aborda a conscientização e a importância de discutir esse tema, principalmente diante do momento em que estamos vivendo no país, que em razão do isolamento social tem causado grandes impactos à saúde mental da população.
Saúde Mental
Embora o Covid-19 ainda seja um vírus recente, é possível observar os efeitos psíquicos causados em dezenas de pessoas ao redor do mundo, em virtude das próprias medidas de contenção. De acordo com um levantamento realizado na China, na fase inicial da pandemia, 13,8% das pessoas passaram a manifestar sintomas depressivos leves, 12,2% apresentaram sintomas moderados e 4,3%, graves.
Nos Estados Unidos, um canal de emergência oferecido pelo governo para pessoas com sofrimento emocional registrou um aumento de 1.000% nas ocorrências em abril, segundo o jornal Washington Post, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Dados estes que mostram a importância de cuidar da saúde mental durante este período difícil. Dentre os principais temas relacionados às dificuldades da pandemia, é preciso observar alguns comportamentos e pensamentos na prevenção ao suicídio, como:
Índices
De acordo com especialistas, o agravamento dos quadros psiquiátricos em função da crise da Covid-19 já tem sido notado. De acordo com a pesquisa “Depressão, suicídio e tabu no Brasil: um novo olhar sobre a Saúde Mental”, realizada pelo Ibope para as empresas farmacêuticas Pfizer e Upjohn, os mais idosos estão mais vulneráveis ao isolamento social, e consequentemente mais suscetíveis à depressão.
A atual situação de pandemia traz elementos que podem impactar profundamente a saúde mental. A distância dos familiares mais próximos e a interrupção das atividades que os idosos costumavam fazer no dia a dia tendem a ser mais difícil para eles. O medo e a angústia relacionados ao novo coronavírus também podem ser sentidos com mais veemência pelos mais velhos, por fazerem parte do grupo de risco.
Outro público que tem sido muito atingido neste período são os médicos, segundo estudo recente com profissionais de saúde que estão no epicentro do surto na China, metade deste público tem sofrido com os efeitos psicológicos, incluindo depressão, insônia e angústia. No entanto, apesar de experimentar níveis significativos de sofrimento psicológico, os médicos são menos propensos que a população em geral a procurar tratamento para a saúde mental.
As barreiras relatadas que impedem que estes profissionais busquem ajuda incluem restrições de tempo, relutância em chamar a atenção para a fraqueza autopercebida e preocupações sobre sua reputação e confidencialidade. Além disso, os médicos com problema de saúde mental podem recorrer à automedicação, principalmente com medicamentos prescritos para gerenciar ansiedade, insônia ou outros sintomas angustiantes, conforme relata a Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio.
As crianças também precisam de atenção especial durante este período, impedidas de frequentar a escola, a rua e os parquinhos, elas podem sofrer estresse emocional durante o isolamento social. O psicólogo clínico Danilo Lima Tebaldi, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), diz que os pais precisam prestar atenção a alguns sinais e sintomas que podem surgir no decorrer do tempo. “Os pais devem ficar atentos a qualquer mudança de comportamento dos filhos, ou seja, comportamentos que antes a criança não apresentava e passou a apresentar, tais como agressividade, comportamento inquieto e/ou agitado, presença de medos infundados e aspectos regredidos de comportamento [como chupar o dedo].”
Em números gerais todos os públicos estão suscetíveis aos impactos em sua saúde mental, não apenas nesse momento do país, mas durante toda a sua vida, por isso é muito importante discutir sobre esse tema e buscar ajuda, falar é sempre a melhor solução.
ONDE BUSCAR AJUDA PARA PREVENIR O SUICÍDIO?
CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).
UPA 24H, SAMU 192, Pronto-Socorro; Hospitais
Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita)
Fontes: HSF/ Agência Brasil / Medic / Brasil de Fato / Abril