Cuidar da saúde nunca esteve tão alta em nossos dias, além dos cuidados necessários para nos protegermos diariamente contra o novo coronavírus (Covid-19), precisamos nos conscientizar a respeito de todas as doenças. Em especial neste mês, conhecido como Julho Amarelo, trazemos importantes informações com o objetivo de intensificar ainda mais a prevenção e controle das hepatites virais.
Doença silenciosa
A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos frequente no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.
As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. Contudo, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas desconhecem ter a infecção. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e necessidade de transplante do órgão, por isso é tão importante a conscientização sobre a doença para o correto tratamento.
Hepatites Virais
Hepatite A
– Transmissão: Por contato entre indivíduos ou por meio de água e alimentos contaminados pelo vírus.
– Prevenção: Lavar sempre as mãos, consumir água tratada, evitar contato com esgoto aberto.
– Tratamento: A vacina contra a hepatite A é altamente eficaz e segura e é a principal medida de prevenção contra a hepatite A. Não há nenhum tratamento específico para hepatite A. O mais importante é evitar a automedicação para alívio dos sintomas, vez que, o uso de medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao fígado podem piorar o quadro. O médico saberá prescrever o medicamento mais adequado.
Hepatite B
– Transmissão: Pode ser transmitida por relações sexuais, no contato com sangue ou leite materno de uma pessoa doente.
– Prevenção: Usar preservativo nas relações sexuais, não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâmina de barbear, escova de dente, material de manicure, entre outros.
– Tratamento: A Hepatite B não tem cura. Entretanto, o tratamento disponibilizado no SUS objetiva reduzir o risco de progressão da doença e suas complicações, especificamente cirrose, câncer hepático e morte.
Hepatite C
– Transmissão: Por compartilhamento de objetos de higiene pessoal e nas relações sexuais sem preservativo.
– Prevenção: Não compartilhar com outras pessoas nada que possa ter entrado em contato com sangue e usar preservativo nas relações.
– Tratamento: O tratamento da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA), que apresentam taxas de cura de mais 95% e são realizados, geralmente, por 8 ou 12 semanas. Os DAA revolucionaram o tratamento da hepatite C, e possibilitam a eliminação da infecção.
Hepatite D
– Transmissão: Por relações sexuais com uma pessoa infectada; a mãe pode passar para a criança durante a gestação, o parto ou na amamentação; pelo compartilhamento de material para uso de drogas e higiene pessoal.
– Prevenção: Usar preservativo nas relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal.
– Tratamento: Após o resultado positivo e confirmação, o médico indicará o tratamento. Os medicamentos não ocasionam a cura da hepatite D. O objetivo principal do tratamento é o controle do dano hepático.
Hepatite E
– Transmissão: Por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus.
– Prevenção: Lavar sempre as mãos, consumir água tratada e cozinhar devidamente os alimentos.
– Tratamento: Da mesma forma que a hepatite A, a hepatite E não tem um tratamento específico. O mais importante é evitar a automedicação para alívio dos sintomas. O médico saberá prescrever o medicamento mais adequado para melhorar o conforto e garantir o balanço nutricional adequado, incluindo a reposição de fluídos perdidos pelos vômitos e diarreia.
Fontes: HSF/ Ministério da Saúde